segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

epílogo burlesco-jovial

A cólera e a veneração, próprias da juventude, parecem não sossegar antes de falsear homens e coisas de tal modo que possam desafogar-se sobre eles. A juventude já é em si algo falsificador e enganador. Mais tarde, quando a alma jovem, torturada por grande número de desilusões, finalmente se volta desconfiada contra si própria, ainda ardente e selvagem, também em suas desconfianças e remorsos: como então ela se irrita, como ela se despedaça impacientemente, como ela se vinga por sua prolongada auto-obcecação, como se ela tivesse sido uma cegueira voluntária! Nessa transição, ela pune a si própria através da desconfiança para com seu sentimento; tortura seu entusiasmo através da dúvida, até já sente a boa consciência como um perigo, uma autodissimulação e um cansaço da honestidade mais sutil, por assim dizer; e, sobretudo, toma partido, e partido por princípio, contra "a juventude". - Uma década depois: e se compreende que mesmo tudo isso ainda - era apenas a juventude!

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